Estilos de Comportamento






A maioria das pessoas com quem estabelece contacto, na sua vida pessoal ou profissional, exibirão um dos três estilos de comportamento: serão (predominantemente) agressivas, submissas ou assertivas. Se quer ser capaz de lidar de forma eficaz com os vários interlocutores tem de conseguir reconhecer estes estilos de comportamento e munir-se dos métodos necessários para minimizar os respetivos efeitos negativos.

Uma componente importante consistirá em garantir para si próprio um lugar na categoria dos assertivos.

Passaremos agora às características destes três tipos básicos e como reconhecê-los instantaneamente.

A pessoa agressiva

A pessoa agressiva entra em conflito muitas vezes, preocupa-se apenas com a satisfação das suas necessidades e com frequência pisa as outras pessoas pelo caminho.

O agressivo gosta da sensação de poder que julga ter e da capacidade de obrigar as pessoas a andarem numa azáfama para lhe fazerem as vontades – mas é quase sempre um prazer efémero. Mesmo que o não reconheça abertamente, no seu íntimo sabe que está a tirar partido de pessoas que são mais fracas do que ele ou que estão numa posição que não lhes permite reagir.

Convencido de que é o único que tem razão em qualquer situação e de que só aquilo que ele quer é importante, o agressivo está sempre a lembrar aos outros como é inteligente, forte ou importante. Muitas vezes no que ele diz pode estar escondido sentimentos de inferioridade ou insegurança. Ao mesmo tempo que convence os outros da sua superioridade, o agressivo procura desesperadamente autoconvencer-se.

Muitas vezes vai verificar que o agressivo é um solitário. O seu comportamento tende afastar as outras pessoas, tanto na vida privada como profissional. Como tem de estar constantemente a lembrar a si próprio e a todos quantos o rodeiam que é o melhor, o mais interessante e o mais inteligente, é excessivamente crítico em relação às pessoas que o rodeiam. Pensar que tudo o que corre mal é por causa dos outros reforça-lhe mais o ego, mas não a popularidade. Por muito que deseje ter amigos, não é natural que o admita; os amigos devem ser tratados como iguais, mas ele não pode permitir-se a reconhecer que existem pessoas dignas de tal consideração.

Uma pessoa agressiva geralmente tem uma grande energia e vitalidade. Essa energia deveria ser aplicada positivamente. Infelizmente, tem tendência para usá-la de modo destrutivo, em vez de construtivo. Há pessoas que confundem agressão com força e desta forma utilizam a agressão verbal.

A pessoa agressiva não só não gosta verdadeiramente dela própria, mas também tem um efeito negativo sobre os que a rodeiam. Estes últimos podem se sentir irritados ou frustrados porque, apesar de terem a plena consciência de que é injusta a sua atitude, sentem-se impotentes para fazerem alguma coisa ou revoltados por terem de perder tempo e energias a tentarem defender-se das suas acusações injustas. Este desperdício de energias, aliado à sensação de impotência, é muito esgotante e muitas vezes provoca nas “vítimas” do agressor uma enorme tensão e ansiedade.

Mesmo sabendo que as acusações e os comentários do agressivo são injustos e infundados, quem por ele é apanhado na linha de fogo sente-se muitas vezes ferido e humilhado. Quantas mais pessoas o ouvirem a exercer a sua autoridade, mais poderoso se sente.

Como a antevisão de um acontecimento provoca geralmente mais ansiedade do que o próprio acontecimento, pode acontecer que quem tem de se relacionar com uma pessoa agressiva se sinta como vivesse à beira de um vulcão, sempre à espera da próxima erupção. Isto pode levar a uma sensação de ansiedade e inibição e no máximo a um excesso de stress que pode provocar danos para a saúde física ou mental.

Muitas pessoas quando podem optam por deixar a pessoa agressiva a falar sozinha, o que lhe reforçará a sensação de isolamento e de ser “diferente”. O resultado mais provável é esta agir de forma ainda mais agressiva.

A pessoa submissa

Em contraste com a anterior, a pessoa submissa é alguém que tem uma tendência constante para sacrificar as suas necessidades em favor das do próximo. Por isso, é facilmente pisada, mesmo por quem não é agressivo por natureza. É que parece que esta incentiva tal atitude nas pessoas com quem contacta.

O submisso sofre grandemente de sentimentos de insegurança e inferioridade. Tem pouca autoestima e autoconfiança. Sempre que entra em contacto com uma pessoa agressiva, os seus sentimentos de inferioridade são reforçados. A sua tendência é para aceitar a crítica sem sequer questionar se esta é justa ou não.

Como tem consciência de que dá azo a que as outras pessoas abusem – o que acontece frequentemente – o submisso fica muitas vezes furioso. No entanto, esta fúria não é expelida para cima de quem abusa, antes se vira para dentro por consentir o abuso. Estas pessoas pouco ou nada fazem para mudar esta situação, porque acham que “nem sequer vale a pena” tentar, porque “jamais” alguém vai levá-lo a sério ou respeitá-lo. Daqui surge uma enorme frustração interior, afinal de contas ninguém gosta de se sentir um “caso perdido”.

A pessoa submissa esconde muito bem aquilo que realmente sente. Passa a vida a fingir que está tudo bem ao mesmo tempo que vive num estado de ansiedade permanente, com medo de mais tarde ou mais cedo ser “apanhada” e alguém descobrir a sua verdadeira natureza. Para o agressivo isto é ótimo, pois ela assume sempre a culpa de tudo quando algo corre mal. Apanhar uma vítima voluntária, que acredita sempre que a culpa é toda sua, é um autêntico bónus!

Uma pessoa submissa afasta-se das outras por achar que não é digna de se misturar com estes seres superiores e que estes também não a queriam conhecê-la. Acha que ninguém iria querer dar-lhe ouvidos porque tudo o que pudesse dizer seria trivial, sem importância ou um disparate.

Se experimentar dar um elogio a um submisso, verá que ele é incapaz de o aceitar. Transforma em negativo qualquer comentário positivo. Se, por exemplo, disser “gosto muito desse fato, fica-lhe mesmo bem”, em vez de um simples “obrigado”, o mais provável é que o submisso lhe responda “ah, este trapo velho, aos anos que o tenho!” e você se sinta tão parvo (isto é, negativo) como ele.

 Como vive num estado de stress e ansiedade permanente, para já não falar no medo de ser “descoberto”, o submisso revela pouca energia e entusiasmo pela vida. Não tem tempo para si porque passa todo o tempo a fazer o que acha que os outros querem que ele faça.

O contacto com uma pessoa que é submissa pode ser uma experiência desgastante. É preciso ter muita energia para lidar com uma pessoa que tem sempre uma atitude negativa, traduzida em palavras e atos. Desgastante também porque nos obriga a um esforço para não perdermos a nossa disposição positiva. O resultado disto é que as pessoas tendem a evitar os submissos o que vai fazer com que aumentem os seus sentimentos de isolamento e inferioridade.

A pessoa assertiva

A pessoa assertiva tem tanto em consideração os seus direitos como os direitos das outras pessoas. Quer estar em pé de igualdade com os outros e não marcar pontos à custa deles.

Geralmente, a pessoa assertiva é a dos três tipos a única que atinge os objetivos que se propôs. O agressivo pode pensar que ganha a curto prazo, mas como cria à sua volta um grande mal-estar, não gera qualquer fidelidade em que possa confiar. O submisso nem sequer fixa objetivos, pois acredita que nunca conseguiria atingi-los.

O respeito pelos outros e a compreensão de que também eles têm necessidades e direitos distinguem o assertivo dos outros. Deseja que toda a gente fique a ganhar e por essa razão está disposto a negociar e alcançar compromissos positivos. Quando faz uma promessa, cumpre-a sempre, gerando confiança à sua volta. Como vive em contacto com os seus sentimentos, é capaz de explicar às outras pessoas aquilo que sente – mesmo quando o que sente é negativo face a qualquer coisa que lhe fizeram ou disseram – e sabe fazê-lo de forma a não provocar ressentimentos em quem ouve.

Interiormente, a pessoa assertiva sente-se em paz consigo própria e consequentemente com quem a rodeia. Cada novo desafio é encarado de modo positivo, e não negativo, e como tem confiança em si mesma e está consciente das suas limitações, está pronta a assumir um certo número de riscos quando está perante novas iniciativas ou ideias. Por vezes, as coisas podem não acontecer como tinha pensado, mas quem é assertivo percebe que é legítimo errar ocasionalmente e que é possível aprender com os erros. Assertividade é não ter que roubar as ideias dos outros nem apunhalá-las pelas costas. Quando as coisas correm com sucesso é capaz de assumir o êxito e ter orgulho – sem complexos de superioridade – naquilo que alcançou.

Para os outros intervenientes, a pessoa assertiva é alguém que dá gosto de ter. O seu entusiasmo pode ser contagioso e inspirar as outras pessoas a tornarem-se mais positivas. Como não manipula nem se põe às cavalitas de ninguém, quem o rodeia aprende a confiar nele e a colaborar com ele. O seu sentido de serenidade interior reduz o nível de tensão que sente, o que lhe permite canalizar a sua energia para a concretização dos seus objetivos. E como o seu humor raramente sofre variações, o seu comportamento com os outros é consistente e as linhas de comunicação estão sempre abertas.

A pessoa assertiva sente-se quase sempre bem consigo própria. E com isso faz com que as outras pessoas também se sintam bem. Desenvolve um sentimento de segurança e confiança porque a comunicação regular nos dois sentidos lhe permite saber o que se espera dela e em que ponto está.

O respeito faz parte integrante da atitude da pessoa assertiva – respeito por si e pelos outros. E este respeito reflete-se na forma como interage com os colegas, encorajando-os a colaborar o mais possível. Quando há resultados positivos, pequenos ou grandes, a pessoa assertiva dá um reforço positivo – um elogio ou um aplauso – o que contribui para que toda a gente se sinta incentivada a esforçar-se ainda mais por fazer bem seja o que for.

Depois da descrição acima dos três estilos de comportamento verifica-se que uma pessoa será mais feliz e conseguirá mais coisas se se tornar assertiva. E, se isso não é coisa que se consiga da noite para o dia, a verdade é que a vontade de mudar e um pequeno esforço podem dar uma grande ajuda.

Comece por tentar resolver pequenos problemas, deixando os maiores para depois. Assim poderá acumular uma série de vitórias, em vez de ter a sensação de que está a fazer um esforço enorme com poucos resultados. Não se esqueça de parar para se congratular com o êxito que obteve, por muito pequeno que seja. Um dos atributos da pessoa assertiva é ser capaz de se sentir satisfeita com os progressos que faz.

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Texto escrito por Carolina Violas, Psicóloga, Pós-Graduada em Gestão de Pessoas

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