A Criança Negligenciada



A criança nos séculos precedentes foi vítima frequente de maus-tratos (Papalia, Feldman & Olds, 2009). A violência física e a violência sexual estão muitas vezes em conjunto, mas nem sempre ocorrem lado a lado (Papalia, Feldman & Olds, 2009). Os meninos sofrem mais de violência física e as meninas de violência sexual (Papalia, Feldman & Olds, 2009).

A negligência com a criança é também uma forma de maus-tratos, estando ligada à carência afetiva e de cuidados (Papalia, Feldman & Olds, 2009). Os maus tratos podem levar a lesões dermatológicas, fraturas, hematomas, hipotrofia e atraso estaturo-ponderal (Papalia, Feldman & Olds, 2009).

As crianças que sofrem de maus-tratos além do mau estado geral, mostram-se por vezes excessivamente medrosas, espreitando com o olhar a aprovação do adulto antes de se autorizarem o mínimo gesto, parecendo imobilizadas (Papalia, Feldman & Olds, 2009). Outras têm comportamentos agressivos em particular com crianças da sua idade ou menores, são “hiperativas”, instáveis e provocadoras (Papalia, Feldman & Olds, 2009).

Os problemas emocionais mais efetivos são os medos, as dificuldades em adormecer, terrores noturnos, agitação, instabilidade e agressividade (Papalia, Feldman & Olds, 2009). Os quadros depressivos começam a ser também muito presentes (Papalia, Feldman & Olds, 2009).

As dificuldades escolares – dificuldades de concentração, agitação, desconsideração às instruções – e o fracasso escolar são constantes. Pode surgir também défices na linguagem e isolamento social na escola (Papalia, Feldman & Olds, 2009).

A desvalorização, a perda da autoestima e a culpabilidade são muito frequentes sendo as consequências mais notáveis (Papalia, Feldman & Olds, 2009).

Estas crianças geralmente desenvolvem o sentimento que se os pais batem nelas é porque fizeram algo de errado e porque são crianças más (Papalia, Feldman & Olds, 2009). Elas sentem-se geralmente culpadas quando são vítimas de agressão e é esse sentimento de culpa que pode provocar um estado depressivo (Papalia, Feldman & Olds, 2009).

Outras consequências psicológicas que estas crianças apresentam são as seguintes: têm dificuldades de desenvolver um sentimento de identidade estável, duvidam muito de si mesmos, menosprezam o que fazem, não se interessam em ter êxito em nenhuma tarefa, porque não acreditam na sua autoeficácia, e revelam défices na comunicação (Papalia, Feldman & Olds, 2009).

Relativamente aos pais destas crianças, são geralmente pais com uma infância infeliz, vítimas de maus-tratos também, mães imaturas, existe isolamento em relação aos outros familiares e os pais muitas das vezes sofrem de psicopatologia (alcoolismo, debilidade mental) (Papalia, Feldman & Olds, 2009).


Texto escrito por Carolina Violas, Psicóloga Clínica, Pós-Graduada em Psicologia Escolar

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